NEABI promove palestra sobre Racismo Ambiental
Na manhã de terça-feira, 11 de novembro, estudantes do Ensino Médio do Campus São Vicente do Sul participaram de uma palestra que apresentou e explicou o conceito de racismo ambiental. A atividade foi ministrada por João Heitor Silva Macedo, doutor em História e arqueólogo, que também atua como pesquisador em temas vinculados ao combate ao racismo e à implementação da Lei 10.639/03. Promovida pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI-SVS), a ação pretendia aludir ao 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Em sua fala, João Vitor abordou o conceito de racismo ambiental como uma forma de injustiça estruturada: ele explicou que certas populações — especialmente negras, periféricas ou historicamente marginalizadas — são mais expostas a riscos ambientais, como poluição, falta de saneamento básico e descarte irregular de resíduos.
Ele relacionou o tema às enchentes ocorridas em 2024 no Rio Grande do Sul, lembrando que comunidades vulneráveis, muitas vezes situadas em áreas de risco e com menor acesso a infraestrutura, acabam sofrendo impactos mais severos. Segundo ele, esse fenômeno não é acidental, mas está ligado ao racismo estrutural, que molda decisões políticas e econômicas e define quem mora em áreas mais vulneráveis.
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No turno da tarde, o professor André Siqueira, da área de Sociologia do Campus São Vicente do Sul, realizou um momento de conscientização com uma turma da APAE da cidade. Durante a atividade, ele explicou de maneira simples o significado do Dia da Consciência Negra, falando sobre quem foi Zumbi dos Palmares, por que essa data é importante e como ela nos ajuda a lembrar da luta contra o racismo.
SAIBA MAIS:
O 20 de novembro ganhou visibilidade pela primeira vez em 1971, quando um grupo chamado Grupo Palmares, formado por jovens negros universitários se reuniu no centro de Porto Alegre para pesquisar a trajetória de luta de seus antepassados e questionar a legitimidade do 13 de maio — data da assinatura da Lei Áurea — como marco de celebração do povo negro. Como alternativa, o grupo propôs o 20/11, dia da morte de Zumbi dos Palmares, para evidenciar o protagonismo da resistência dos ex-escravizados na busca pela liberdade e estimular a reflexão sobre as questões raciais no país. Líder do maior quilombo da América Latina — localizado na região da Serra da Barriga, no atual estado de Alagoas — Zumbi enfrentou a escravidão até ser assassinado por tropas bandeirantes em 1695. Seu legado permanece como símbolo de luta e resistência contra a opressão.
Quase cinco décadas depois, em 2017, o Senado aprovou o projeto de lei que instituiu o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, reforçando o compromisso com a igualdade racial. Em 2024, a data foi oficialmente reconhecida como feriado nacional, por meio da Lei 14.759/23.

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