NEABI promove evento alusivo ao 21 de Março, nova data de celebração das religiões de matrizes africanas
Na manhã de hoje, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus São Vicente do Sul realizou atividade em alusão ao 21 de março, data que foi instituída como o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, por meio da Lei nº 14.519/2023.
Desde 1966, a data já é marcada, no âmbito internacional, como o dia contra a Discriminação Racial, marco estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória às vítimas do chamado Massacre de Shaperville*, ocorrido na África do Sul, em 1960.
A palestra “Religiões de matriz africana na escola: uma ferramenta no processo de luta antirracista” foi ministrada por Gilvan Silveira Moraes (Bàbá Gilvan de Odé), sacerdote do Ylê Alaketu Reino Jeje Ijesá de Odé. Na ocasião, ele explorou aspectos relacionados às origens, às crenças e às práticas de religiões como Umbanda, Quimbanda, Nação e Candomblé, buscando combater os estereótipos negativos que são associados a essas religiões e apontando a relação entre o racismo a intolerância religiosa.
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Também foram apresentados costumes e influências que essas tradições exercem na música, na dança, na arte e na culinária brasileira, possibilitando o entendimento de suas marcas na identidade cultural do país.
Gilvan é licenciado pleno e bacharel em História, pós-graduado em Sociologia, e mestre em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Em sua fala, foi destacada a importância da data como uma oportunidade de promover a compreensão e o respeito pela diversidade religiosa e riqueza do patrimônio cultural do Brasil.
Participaram do evento as turmas dos 2º e 3º anos dos cursos técnicos integrados, além de docentes e técnico-administrativos.
A atividade foi organizada pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI-SVS), em parceria com a Diretoria de Ensino; e em atendimento à Lei 10.639/2003, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana.
*Em 21 de março de 1960, mais de 20 mil sul africanos foram ás ruas protestar contra a Lei de Passe, que exigia que negros e negras portassem uma caderneta na qual estava escrito onde eles e elas poderiam ir, a cor, a etnia, a profissão. O ato era pacífico e sugeria que a população não portasse mais o documento, o que resultaria na prisão de um enorme número de pessoas, fato que traria problemas à administração local. No entanto, um grupo de policiais decidiu abrir fogo contra os manifestantes, matando 69 e ferindo 186 em Sharpeville.
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