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Notícias Panambi

Estude como uma garota: vozes femininas que ecoam na escola

Publicado em Sexta, 14 de Março de 2025, 09h10 | por Ascom Panambi | Voltar à página anterior

Na última sexta-feira (07/03), o IFFar - Campus Panambi promoveu uma roda de conversa com as alunas do Curso Técnico em Automação Industrial. A atividade integrou a programação do projeto Estude como uma garota e contou com a participação da Engenheira Ana Alice Timm Goretti, além do apoio da Prof.ª Dra. Miquela Piaia, coordenadora do projeto, e do Dr. Eng. Marco Antônio Ferreira Boaski, coordenador do curso. A iniciativa teve ainda a parceria da empresa Kepler Weber.

O evento foi realizado em alusão ao Dia Internacional da Mulher e teve como objetivo incentivar, acolher e valorizar a presença feminina no meio acadêmico e profissional. Atualmente, as mulheres representam apenas 20% das estudantes do curso técnico integrado em Automação Industrial, o que reforça a importância de ações voltadas à equidade de gênero na área.

Durante o encontro, a Eng. Ana Alice compartilhou sua trajetória acadêmica e profissional, destacando os desafios e conquistas das mulheres em áreas tradicionalmente masculinas, como a engenharia. A conversa, mediada pela Prof.ª Miquela, gerou reflexões sobre igualdade de gênero, dificuldades no mercado de trabalho e a necessidade da luta por direitos e melhores condições.

Essa foi a primeira ação do ano do projeto Estude como uma garota, que seguirá promovendo atividades para fortalecer a presença e a participação feminina na área da ciência e tecnologia.

Estude como uma Garota

O projeto “Estude como uma garota” é coordenado pela professora Miquela Piaia e promove ações educacionais relacionadas ao empoderamento e protagonismo femininos em uma perspectiva crítica, possibilitando situações de ensino-aprendizagem significativas, reflexivas e transformadoras, aliando diferentes modos semióticos e múltiplas linguagens.

Para a professora, a jornada rumo à equidade nas relações de gênero continua sendo complexa e extensa, mas deve avançar apesar dos obstáculos e de estruturas patriarcais que muitas vezes atuam de forma incisiva e até violenta. Para todas que enfrentam formas de repressão feminina, para todos que reconhecem os fatores repressivos como desqualificadores da condição humana, e para aqueles que ainda não compreendem, a educação pavimenta o caminho para uma nova posição social, mais humana, humanista e humanizadora.

Ao analisarmos o papel da escola do século XXI não podemos mais vincular o aprendizado somente a listas de conteúdos, memorização e provas. A aprendizagem nas instituições de ensino precisa acontecer como um processo transformador. É papel da escola estimular diálogos, auxiliar na desconstrução de estereótipos, compreender que todos os envolvidos trazem experiências e conhecimentos prévios, em uma multiplicidade cultural, o que enriquece as ações pedagógicas. 

Além disso, a educação é a responsável por introduzir o tema da equidade de gênero e também desconstruir estruturas que reproduzem estereótipos, os quais inviabilizam a garantia dos direitos humanos às meninas e mulheres. Discutir sobre os movimentos feministas, sobre as mulheres e suas lutas, as quais buscam a promoção da igualdade social, política e econômica entre os gêneros, deve acontecer em todos os espaços sociais, especialmente na escola. Estude como uma garota porque lugar de mulher é também na escola. Lugar de mulher é na ciência, em cargos de liderança, na política, na literatura, na arte, enfim: lugar de mulher é onde ela quiser. Que todas sejam respeitadas, como afirma Simone de Beauvoir, "Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância."

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