Oficina “Palavras que Ferem” – IFFar Campus Jaguari
A oficina “Palavras que Ferem” foi realizada ontem, no Instituto Federal Farroupilha – Campus Jaguari, conduzida pela servidora Melissa Reghelin Gastaldo, com o apoio da servidora Clarissa de Souza Guerra. A atividade envolveu as turmas dos cursos Técnico em Agricultura e Técnico em Sistemas de Energia Renovável, e teve como principal propósito refletir sobre a força da linguagem, reconhecendo como as palavras podem tanto gerar quanto curar a violência.
O encontro iniciou com uma conversa introdutória sobre o poder simbólico da linguagem e como ela influencia diretamente as relações humanas, o ambiente escolar e a convivência social. Foi abordado o conceito de comunicação não violenta, destacando que o modo como nos expressamos pode ser determinante para a construção de vínculos saudáveis, baseados na empatia e no respeito mútuo.
Em seguida, teve início a dinâmica central da oficina, dividida em etapas. Na primeira, cada participante recebeu um pedaço de papel e foi convidado a escrever frases ou expressões agressivas, ofensivas ou desrespeitosas que já tenha ouvido, dito ou presenciado, sem citar nomes ou identificar situações específicas. Essa etapa buscou estimular a reflexão sobre as violências sutis e cotidianas que se manifestam na forma como falamos e nos relacionamos.
Na segunda etapa, as frases recolhidas foram redistribuídas entre os participantes. Cada pessoa — ou grupo — foi convidada a reescrever essas frases de maneira empática e respeitosa, transformando mensagens que antes causavam dor em comunicações que promovem o diálogo, o acolhimento e o entendimento. Esse processo de ressignificação das palavras foi um dos momentos mais significativos da oficina, permitindo que os alunos percebessem como pequenas mudanças na linguagem podem alterar completamente o sentido e o impacto de uma mensagem.
Após as reescritas, as novas frases foram compartilhadas e discutidas coletivamente, criando um espaço de escuta ativa e troca de experiências. Os estudantes se mostraram profundamente envolvidos e atentos, trazendo reflexões sensíveis sobre situações do cotidiano escolar e pessoal, e reconhecendo como a forma de se comunicar pode influenciar tanto o clima do grupo quanto o bem-estar emocional das pessoas ao redor.
Na etapa final, foi realizada uma roda de conversa que permitiu aos participantes expressar suas impressões sobre a vivência. Muitos relataram ter percebido como a agressividade verbal pode ser naturalizada no dia a dia, e como é necessário desenvolver consciência e cuidado na escolha das palavras. Também destacaram a importância de cultivar a empatia, de ouvir com atenção e de aprender a se posicionar com firmeza sem recorrer à violência verbal ou simbólica.
A oficina foi um momento de grande aprendizado, sensibilização e construção coletiva, unindo reflexão, diálogo e emoção. Ficou evidente que as palavras possuem um enorme poder transformador: podem ferir, marcar e silenciar, mas também podem curar, fortalecer e inspirar.
Mais do que uma atividade, “Palavras que Ferem” se consolidou como uma experiência de humanização, reafirmando que a comunicação não violenta é uma ferramenta essencial para a convivência harmônica e o respeito às diferenças. Que cada participante possa levar consigo a certeza de que usar as palavras com consciência e empatia é um ato de cuidado e de amor ao outro — e também a si mesmo.
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