Reflexões sobre a escola popular no último dia do evento integrado sobre educação
Hoje (12) é o último dia do evento integrado de educação popular e profissional, que tem o IF Farroupilha como um dos apoiadores. A escola popular é o tema das reflexões desta manhã.
Anexos:
- Programação Mobrec 2017 (477 Downloads)
A Coordenadora Pedagógica do Instituto Paulo Freire, professora Francisca Rodrigues de Oliveira Pini, foi a palestrante convidada para discutir sobre a escola popular e os caminhos para ensinar e aprender por meio da acolhida, escuta e investigação.
Francisca iniciou sua fala afirmando que a o norte de quem trabalha com educação deve ser a utopia da educação libertadora. "A educação é, ao mesmo tempo, um ato político e uma prática da liberdade, que busca a emancipação e a humanização dos sujeitos no processo educativo".
A professora explicou que política "não é ser partidário, mas tomar parte nos rumos da história, tornando-se protagonista". Para assumir a posição de sujeito da história, é preciso ter uma postura crítica, ou seja, "um posicionamento político para a emancipação".
Para a palestrante, é fundamental haver coerência entre o que se fala e o que se vive: "Paulo Freire destaca a corporeificação da palavra pelo exemplo, ou seja, não basta dizer que sou democrata, é preciso vivenciar".
A educação popular, afirmou Francisca, é uma prática comprometida com uma sociedade justa e democrática, que nasce com os movimentos sociais da década de 60. "Por ser popular, significa que é construída com o outro", seguindo os princípios da escuta, do diálogo, da acolhida, das relações horizontais e da autonomia, englobando a cultura dos educandos para que o conhecimento se torne relevante.
As duas dimensões que compõem a educação popular são a política e a pedagógica: "ela é política, porque se compromete com a transformação da sociedade, e é pedagógica, porque valoriza a construção do conhecimento de forma colaborativa". Além disso, promove a reflexão sobre a ética, combatendo a violação dos direitos humanos e se comprometendo com os grupos populares.
Pautada pela dimensão socioambiental, pela diversidade como direito humano e pela interdisciplinaridade, a educação popular "promove o cuidado com as diferentes formas de vida do planeta, a heterogeneidade como valor e fonte de enriquecimento das relações sociais, uma nova atitude diante da questão do conhecimento que exige abertura e imersão".
Tendo como base de sua fala a teoria freiriana, a professora destaca que o fim da educação popular enquanto uma prática da liberdade é a emancipação dos sujeitos, voltada especialmente aos grupos oprimidos.
Resumindo o seu pensamento sobre escola popular, Franscica ressaltou: "não se deve preparar a aula para os alunos, mas com os alunos. Se o aluno não participar, não entrar no debate, não tem aula. É preciso engajamento na luta pela libertação".
O evento integrado de educação popular e profissional iniciou no dia 09 e termina hoje (12), no Clube Dores em Santa Maria. Confira a programação completa em anexo.
Secom
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