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Pesquisa revela hábitos de leitura de estudantes do Campus São Vicente do Sul

Publicado em Segunda, 20 de Outubro de 2025, 10h53 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

O gosto pela leitura nem sempre acompanha a rotina de adolescentes, especialmente em tempos de redes sociais e excesso de estímulos digitais. Consciente desse desafio, um grupo de professoras do IFFar - Campus São Vicente do Sul decidiu transformar essa realidade em objeto de estudo.

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Pesquisa do Campus São Vicente do Sul revela hábitos de leitura dos alunos do ensino médio integrado /Créditos: Andreza Tasiane da Silva - Ascom - IFFar - Campus São Vicente do Sul

Assim, em 2021, nasceu o projeto “O perfil do leitor no IFFar-SVS: ensino integrado e leitura”, uma pesquisa que busca compreender como os alunos dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da unidade se relacionam com os livros, quais são suas preferências, dificuldades e de que forma o hábito da leitura pode ser fortalecido no espaço escolar.

A iniciativa, segundo a coordenadora, professora Ana Cláudia de Oliveira da Silva, surgiu da inquietação de um grupo de professores da área de Letras, com o baixo índice de leitura observado entre esse público. “Sempre foi uma preocupação nossa incluir práticas pedagógicas de incentivo à leitura de literatura aos estudantes, apesar das dificuldades desse processo entre adolescentes que pouco leem”, explica.

Diagnóstico da leitura juvenil

Inspirada na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a equipe decidiu aplicar um questionário semelhante com os alunos do campus, adaptando as perguntas para a realidade local.

O instrumento de pesquisa já foi aplicado em duas edições, em 2021 e 2023, e envolveu mais de 400 estudantes. Dividido em quatro blocos, o questionário aborda desde dados socioeconômicos até os gostos literários dos jovens. Entre os resultados, segundo Ana Cláudia, chama a atenção a média de 6,7 livros lidos por ano, número bem acima da média nacional, que é de 2,6.

Entre as motivações mais citadas pelos estudantes para a leitura estão: o prazer, o crescimento pessoal e a distração. E quando se trata de preferências, despontam gêneros como mistério, distopia e fantasia, ao lado da prosa ficcional clássica e dos quadrinhos.

Os títulos mais lembrados pelos jovens refletem, além do cânone escolar (obras que fazem parte do currículo da escola), a influência das redes sociais e da cultura pop. Obras como 1984 (George Orwell), O Diário de Anne Frank (Anne Frank) e a série Harry Potter (J.K. Rowling) convivem com best-sellers mais atuais como É assim que acaba, de Collen Hoover, e Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid. “Isso mostra que o leitor jovem não se limita ao que é exigido em sala de aula, mas busca referências que circulam na mídia e no seu grupo social”, analisa Ana Cláudia.

Além disso, os dados revelaram um quadro socioeconômico importante para compreender os contextos de leitura: a maioria dos estudantes vêm de famílias com renda de até dois salários mínimos e teve sua formação inicial em escolas públicas. Esses fatores, segundo a professora, ajudam a explicar tanto as barreiras quanto as possibilidades de acesso aos livros e à biblioteca.

quadro perfil do leitor SVS
Fonte: Dados do projeto " O perfil do leitor no IFFar - SVS: ensino integrado e leitura

Os bastidores da pesquisa

O projeto conta com a participação de três professoras (coordenadora, vice-coordenadora e colaboradora), mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) e um bolsista CNPq de iniciação científica. Atualmente, quem exerce essa função é Guilherme Grass, aluno do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do IFFar - Campus São Vicente do Sul. No segundo ano da graduação, ele passou a integrar a equipe em 2024, após ser indicado por um amigo que já havia participado da pesquisa.

Desde então, o estudante tem atuado em várias frentes: na análise e comparação das respostas dos questionários aplicados em edições anteriores, na colaboração com a elaboração dos novos formulários e na criação de materiais de divulgação, como banners, marca-páginas e postagens para o Instagram do projeto.

“Apesar de o projeto não ser da mesma área da minha faculdade, ele me permite desenvolver um interesse pessoal, que é o design. Uma das partes que mais gosto é a criação dos materiais visuais - postagens, mimos, comparações e análises. É muito gratificante ver algo que eu produzi sendo usado para divulgar a pesquisa e incentivar outras pessoas a lerem”.

Mesmo já sendo leitor antes de ingressar no projeto, Guilherme afirma que a experiência transformou sua relação com os livros e a forma como enxerga o ato de ler. “Eu já tinha o costume e o gosto pela leitura, mas participar da pesquisa me fez desenvolver um olhar mais atento e crítico. Passei a perceber detalhes que antes me escapavam e a refletir mais sobre o que leio.”

Para ele, acompanhar os resultados dos questionários também tem sido bastante interessante. “Já deu pra notar que muitos estudantes têm dificuldade em manter o hábito da leitura, seja pela rotina ou por falta de incentivo. Ao mesmo tempo, dá pra ver o quanto os gostos variam - tem gente que prefere fantasia, outros gostam de suspense, ou histórias baseadas em fatos reais. Essa diversidade é o que torna o projeto interessante”.

Além do aprendizado técnico e da prática de design, o bolsista destaca que o contato com o tema da leitura ampliou sua visão sobre o papel da educação e da pesquisa. “Entender como os adolescentes leem e o que os motiva é fundamental, pois nos permite analisar as dificuldades que eles enfrentam e, assim, pensar em soluções para resolver esses problemas”, conclui.

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O bolsista Guilherme Grass (esq) ao lado das coordenadoras do projeto, professoras Ana Cláudia de Oliveira da Silva (dir) e Andriza Pujol de Ávila (centro)/ Créditos: Divulgação

Mais que números, uma missão

Mais do que estatísticas, a pesquisa tem gerado reflexões. Para Ana Cláudia, um dos impactos mais relevantes ocorre quando o próprio estudante se depara com as perguntas do questionário. “Esse exercício ajuda o jovem a construir sua imagem como leitor. Além disso, os dados orientam professores e projetos, permitindo pensar práticas mais próximas dos interesses dos estudantes”.

Os resultados das aplicações anteriores, inclusive, já têm inspirado novas ações no campus, como rodas de leitura, campanhas de incentivo e atividades integradas às disciplinas. Ao mesmo tempo, as análises têm revelado desafios importantes, como as dificuldades para manter o hábito da leitura fora da escola e a pouca familiaridade dos alunos com o ambiente da biblioteca 

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Estudantes do Ensino Médio Integrado e professoras do Campus São Vicente do Sul durante bate-papo com a autora Mariana Salomão Carrara realizado em 2024/ Créditos: Divulgação

A próxima aplicação do questionário está prevista para os meses de outubro e novembro de 2025, quando novos dados devem atualizar o retrato desses leitores. Até lá, a expectativa é que os resultados já obtidos continuem inspirando ações de incentivo à leitura e fortalecendo a compreensão de que o acesso aos livros é um direito cultural fundamental.

Como resume a professora Ana Cláudia, “investigar o perfil do jovem leitor no IFFar não é apenas levantar estatísticas: é contribuir para a formação de cidadãos críticos, conscientes e com mais possibilidades de inserção social por meio da literatura”.

Secom

Redação: Daniele Vieira - estagiária de Jornalismo
Revisão: Rômulo Tondo - Jornalista
Fotografia: Andreza Tasiane da Silva - Ascom - IFFar - Campus São Vicente do Sul
Coordenador de conteúdo: Elisandro Coelho - Relações Públicas 

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