Divulgação científica é tema da abertura da I Semana da Biologia dos IFs
Na segunda-feira, 30 de agosto, às 19h30, foi realizada a cerimônia de abertura da I Semana da Biologia dos Institutos Federais pelo YouTube. O evento será realizado de forma remota de 30 de agosto a 03 de setembro. A divulgação científica foi o tema da palestra de abertura, proferida pelo prof. Dr. José Sabino (Uniderp).
Com o tema “Uma abordagem contemporânea”, a I Semana da Biologia dos Institutos Federais foi planejada com a finalidade de potencializar o compartilhamento de saberes e experiências na área da biologia durante esse período de atividades remotas. O evento é voltado para estudantes do Ensino Médio, Técnico e Superior, professores e profissionais. Cerca de 4 mil pessoas se inscreveram nesta primeira edição.
Com caráter plural e inclusivo, a programação envolve os mais variados temas das áreas biológicas em forma de palestras, seminários, minicursos e oficinas.
A Semana da Biologia é organizada por 13 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e 1 Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/RJ). O Campus Panambi do IFFar é o anfitrião desta primeira edição.
A abertura do evento contou com a presença da Reitora do IFFar, Nídia Heringer, da Pró-reitora de Extensão do IFFar, Ângela Marinho, do representante da Comissão Organizadora do evento e Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFFar, Carlos Rodrigo Lehn, e da Diretora Geral Substituta do IFFar - Campus Panambi, Lisiane Goettems.
A palestra de abertura do evento foi realizada pelo prof. Dr. José Sabino (Uniderp) sobre divulgação científica. José Sabino é técnico em Publicidade, bacharel e licenciado em Biologia (USP), Mestre em Zoologia (Unesp) e Doutor em Ecologia (Unicamp).
Durante a sua fala, o professor pontuou que a divulgação científica é uma poderosa ferramenta de sensibilização e empoderamento da sociedade. “A ciência permeia a nossa sociedade e, com ferramentas de comunicação, é possível combater a desinformação”.
Para o professor, “a divulgação científica é um meio de traduzir para a sociedade aquilo que a academia produz, sendo responsável por fazer a conexão entre as duas esferas. Ela mostra o quanto a ciência é importante para o nosso cotidiano, o quanto ela pode nos ajudar a compreender os problemas do nosso tempo e encontrar soluções”.
Sabino destacou que vivemos hoje um momento chamado de “infodemia, isto é, como se fosse uma pandemia de informações. Estamos superalimentados de informação, na maioria das vezes, em formato fast food”.
O professor explicou que a divulgação científica já acontecia em outras épocas, mas foi potencializada pelas novas tecnologias. “A divulgação científica ocorre desde o século XIX, mas ganhou importância no século XX, com a criação de importantes instituições de pesquisa. Atualmente, com as novas tecnologias, tornou-se muito mais fácil fazer divulgação científica. Temos muitas iniciativas virtuais com o intuito de promover a ciência”.
Sabino ainda mencionou o cuidado com a linguagem ao se pensar em estratégias de divulgação. “Independentemente da mídia, é preciso evitar o uso de jargão muito especializado, dando preferência a uma linguagem mais simples e precisa, de tal maneira que consiga levar a informação ao público”.
As fake news também foram um dos tópicos abordados na palestra. “Elas estão presentes e se intensificaram nos últimos anos, mas são parte da história, existindo muito antes da era da pós-verdade. As fake news têm o poder de desqualificar a intelectualidade e agredir a ciência”, alertou o professor.
Sabino abordou o “viés de confirmação”, isto é, a dificuldade que algumas pessoas têm em atualizar sua opinião à luz dos fatos. “Segundo pesquisas, quando somos repetidamente expostos a uma afirmação, mesmo sabendo que é falsa, podemos ser influenciados por ela”, explicou. Para o professor, outro aspecto alarmante da difusão das fake news é a ineficácia da demonstração de que um fato não aconteceu. “A desmistificação da desinformação funciona pouco”.
Sabino salientou que a ciência ajuda na tomada de decisão. Nesse sentido, defendeu que os cientistas disponibilizem, cada vez mais, o seu conhecimento para a sociedade. "No entanto, muitos não estão preparados para fazer divulgação científica. Por isso, vale a pena fazer conexões com jornalistas que possam mediar esse diálogo com a sociedade ou fazer capacitações para aprimorar sua habilidade em divulgar o que produz. Outra dica é olhar como é feita a divulgação por grandes instituições, observar quais são a forma e a linguagem utilizadas para tornar o conhecimento mais acessível”, concluiu.
Durante a noite, também houve a apresentação da exposição Lendas e Crenças Amazônicas de autoria do professor Deny Ardaia da Silva, do Instituto Federal Rondônia (IFRO).
A palestra proferida pelo prof. Dr. José Sabino está disponível aqui. Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site: https://www.even3.com.br/semabioif2021/.
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