IFFar - Campus São Borja terá a primeira aluna surda a concluir a graduação
No mês de julho, Taíse Robalo, estudante do curso de Gestão de Turismo, realizou a defesa de seu trabalho de conclusão de curso, propondo uma intervenção para implementar acessibilidade em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) no Museu Getúlio Vargas.
Foto: Taíse Robalo será a primeira estudante surda a concluir a graduação no IFFar
Com a orientação da Profª Priscyla Hammerl e avaliação da Profª Eliane Coelho e do Profº Willian Motta, a aluna será a primeira estudante surda a concluir a graduação no IFFar e, após a sua formatura, prevista para outubro, será a primeira turismóloga surda do município de São Borja.
A aluna, que obteve nota máxima por sua apresentação e trabalho desenvolvido, afirmou que escolheu o curso de Gestão de Turismo por conta da acessibilidade disponível na instituição. Além da presença das intérpretes que acompanharam durante as aulas, o curso também contou com um diferencial: a disciplina de Turismo Acessível que oportunizou o debate sobre a inclusão de pessoas com deficiência nos processos turísticos. Taíse ainda compartilha sua experiência ao longo dessa jornada: "Gostei muito da oportunidade de ensinar LIBRAS para meus colegas e gostaria que houvesse mais pessoas surdas participando do curso."
Foto: O trabalho de conclusão de Taíse consiste em uma proposta de consultoria no Múseu Getúlio Vargas
O trabalho de conclusão do curso de Gestão de Turismo consiste em uma proposta de consultoria elaborada após o estágio obrigatório. Durante esse período, os estudantes identificam áreas que precisam de melhorias e desenvolvem projetos de intervenção. Durante a vigência do estágio, Taíse notou a falta de acessibilidade no museu, destacando que não se trata apenas da presença de um tradutor e sim que é necessário ajustar a sequência de imagens e o roteiro das visitas para alinhar com a lógica visual-espacial dos visitantes surdos. Segundo a orientadora, Profª Priscyla Hammerl, o trabalho de Taíse oferece uma valiosa contribuição para essa prática.
O Instituto Federal Farroupilha conta com uma Coordenação de Apoio a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (CAPNE) em cada uma das suas unidades, demonstrando o engajamento e comprometimento de toda a instituição na inclusão de alunos com as mais diversas necessidades educacionais. A servidora Angela Almeida, coordenadora do núcleo no campus São Borja, pontua: “No caso específico da Taíse, foi visto que a aluna precisaria do acompanhamento de profissionais intérpretes de libras para tradução das aulas e conteúdos, bem como uma sensibilização dos colegas de sala de aula e dos professores quanto a língua brasileira de sinais. Dentro das estratégias institucionais, podem ser destacadas a existência de professores de educação especial nos campi e a contratação de empresas para prestação de serviços, como: profissionais intérpretes de libras, instrutores de alunos, cuidadores de alunos e instrutor social. Conta também com a sala de atendimento individualizado e um Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE), sendo composto por professores, profissionais de saúde e outros servidores, que se disponibilizam a encontrar melhores estratégias de adaptação e inclusão dos alunos atendidos.”
Taíse planeja continuar seus estudos no IFFar. Atualmente, está se preparando para o processo seletivo do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial: Turismo e Gastronomia, que terá início em 2025, e para o curso de Guia de Turismo, cuja primeira turma começará em 2026. Ambos os cursos são oferecidos na modalidade 100% à distância.
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