Entrevista com Professor Bruno Siqueira sobre a implantação de Laboratório Maker
Na segunda parte da nossa matéria especial sobre o Lab IFMaker, espaço onde os alunos aprendem fazendo, confira a entrevista realizada com o Professor Bruno Siqueira sobre a implantação do Laboratório Maker no Campus São Borja.
A primeira parte da matéria pode ser conferida neste link.
Foto: Professor Bruno Siqueira, docente do IFFar - Campus São Borja, do eixo tecnológico Informação e Comunicação.
Professor Bruno, qual a ideia por trás da implantação de um Laboratório Maker?
O Laboratório IFMaker tem a intensão de possibilitar que estudantes de todos os níveis de ensino, professores e a comunidade possam compartilhar conhecimentos, trocar experiências e utilizar os equipamentos para tornar realidade seus projetos à luz do movimento "aprender fazendo", ou "learning by doing" (LBD). Tal espaço vem ao encontro da missão do IFFAR-SB de promover a educação profissional, científica e tecnológica, por meio do ensino, pesquisa e extensão, com foco na formação de cidadãos críticos, autônomos e empreendedores, comprometidos com o desenvolvimento sustentável, além da otimização da infraestrutura e a participação de professores nos diferentes níveis de ensino.
Qual será a função institucional dessa estrutura?
O espaço proporcionará maior aproximação com a comunidade local, empresas e demais instituições de ensino. Estabelece um ambiente propício para expressar a criatividade e inovação, que podem dar origem ou se originar a partir de trabalhos e estudos de disciplinas, incluindo também projetos de Iniciação Científica e/ou Tecnológica, projetos de pesquisa, Trabalhos de Conclusão de Curso, Práticas Integradas e Desafios Makers (Makerthon, uma alusão ao termo Hackathon).
Estas ações poderão ser desenvolvidas e estendidas à comunidade na forma de Projetos de Extensão, Atividades de Formação de Professores, Eventos e Mostras. Por exemplo, qualificar ações de capacitação para professores de escolas do município, consequentemente, propício ao empoderamento das classes menos favorecidas, em benefício da equidade educacional. Além de fomentar o desenvolvimento e acesso de novas tecnologias e soluções, melhorias de serviços e produtos, induzindo a transferência de tecnologia e novos mercados, ampliando as possibilidades de aumento de renda e qualidade de vida.
Como se deu a implantação do laboratório no Campus?
O prazo para aquisição dos materiais e dos equipamentos do projeto se encerrou no final do semestre letivo (dezembro de 2021). Após essa primeira etapa foi iniciado o levantamento de orçamentos dos itens solicitados no projeto para poder efetuar a compra. Posteriormente foi elaborada uma política de uso do laboratório e capacitações para uso dos equipamentos, permitindo que a comunidade acadêmica tivesse acesso ao Laboratório no primeiro semestre do ano letivo de 2022.
Na sua opinião, como proponente do projeto, quais as principais contribuições didático-pedagógicas que a implantação do laboratório traz para a instituição e para os alunos?
O Lab IFMaker, em conjunto com outras ações do Campus, servirá de suporte para promover ações interdisciplinares para incentivo à criatividade, inovação, empreendedorismo e transferência de tecnologia, para o público interno e externo, integrando pesquisa com iniciativas de ensino e extensão; fomentar a solução de problemas através do desenvolvimento de produtos, processos e tecnologias sociais, usando uma abordagem de aprendizagem baseada em projetos; inovar nos processos de ensino-aprendizagem, gerando conhecimento e capacitando servidores e comunidade externa sobre a cultura maker e sua integração na formação dos alunos e relação com a comunidade e arranjos produtivos; e proporcionar experiências práticas, o compartilhamento de projetos e a conexão com os ecossistema de inovação.
Como você criou a proposta e de onde surgiu a ideia do laboratório IF Maker? Além disso, o que te motivou a buscar esse recurso para o Campus?
Este não foi o primeiro projeto que escrevo com este fim, um outro projeto foi submetido na chamada pública 35/2020 MEC em 2020, que tinha o objetivo de apoiar a criação dos Laboratórios IFMaker na Rede Federal de Educação Profissional Científica e Tecnológica (Rede Federal). Neste edital, o projeto passou por uma análise interna e não avançou para a próxima etapa de avaliação do mérito da proposta.
Não ser classificado nesta primeira tentativa foi inquietante, fui atrás dos critérios avaliativos, tendo em vista que acreditava estar contemplando os critérios solicitados no referido edital, li todas as devolutivas, e como acredito que todo o pesquisador deve ser motivado pela inquietude, quando saiu esta nova proposta para a instalação de um laboratório maker, resolvi tentar novamente. A aprovação do projeto é gratificante pois mostra que estamos no caminho certo.
Na sua opinião, qual o elemento preponderante para o projeto do IFFar ter sido aprovado em primeiro lugar na seletiva institucional?
O fato de ter aprovado o projeto em primeiro lugar foi o resultado de muita pesquisa, trabalho e força de vontade para poder oferecer à comunidade acadêmica os frutos desta primeira etapa conquistada. Para submeter uma proposta de projeto a principal etapa é a leitura do edital e tentar da melhor forma possível contemplar os quesitos mínimos que serão levados em consideração para a avaliação e ranqueamento, participei das as reuniões referentes ao esclarecimento do edital, questionei quando alguns aspectos não pareciam muito claros a mim, debati com colegas, fizemos uma equipe multidisciplinar para tentar justificar a forma de trabalho colaborativo que este espaço de cocriação demanda. A proposta do trabalho é bastante abrangente, perfazendo os diferentes eixos temáticos e níveis de ensino presentes no nosso campus.
Algo mais que gostaria de ressaltar?
A implantação do IF Maker nos permitirá experimentar uma forma mais colaborativa de construção do conhecimento, modificando hábitos e fortalecendo as parcerias de trabalho de forma coletiva, visando a inovação tecnológica e agilidade dos produtos e processos através da prototipagem. O pensamento colaborativo dentro e fora da instituição é o que fará a diferença dentro deste novo espaço, perpassando e integrando o ensino, pesquisa e extensão que tanto prezamos institucionalmente.
Docência dedicada a promover inovação e tecnologia no IFFar
Foto: Professor Bruno Siqueira e Henry Suzuki, sócio diretor da Axonal Consultoria Tecnológica em Workshop sobre o registro de patentes.
Além da implantação do Laboratório IF Maker, o professor Bruno também já participou de outras iniciativas institucionais submetendo propostas e projetos voltados ao desenvolvimento de estruturas e parcerias para o Campus São Borja na área de inovação e tecnologia, como a criação da incubadora de empresas de base tecnológica para empreendimentos de economia criativa em 2019, sendo uma das 5 incubadoras instaladas nas unidades do IFFar.
No mesmo ano, no mês de junho, o professor Bruno organizou no Campus o Workshop Redação de Patentes “Além dos Guias”, ministrado por Henry Suzuki, sócio diretor da Axonal Consultoria Tecnológica, com a finalidade de motivar os participantes a promoverem suas ideias e a guardá-las a partir de direitos autorais, impedindo que terceiros explorem sua criação/invenção e possibilitando juridicamente a exploração econômica pelo inventor.
Em novembro de 2021 veio a classificação do IFFar - Campus São Borja, no “EstroGênias”, programa que incentiva meninas na ciência, operado no Brasil pela empresa POSITIVO, décima maior fabricante de computadores no mundo, sendo a única instituição de ensino do Rio Grande do Sul classificada na região sul, dentre as cinco propostas escolhidas. O IFFar - Campus São Borja foi contemplado com uma proposta na área de robótica e então deu-se a celebração de um acordo de cooperação entre o Campus e a empresa Positivo Tecnologia. O projeto já participou de duas competições de robótica, uma nacional e outra internacional.
Além disso, o professor Bruno Siqueira também participa na coordenação de eventos institucionais de inovação e tecnologia como Bye Bye Boss - Desafio de Empreendedorismo e Inovação, e BugCup, torneio de programação voltado para alunos das áreas de informática e tecnologia da informação.
IFMaker: o laboratório do IFFar onde os alunos aprendem fazendo
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